miércoles, 28 de octubre de 2015

Era domingo de outono e chovia em Baltar.

    Não chovia de todo , só escoava humidade. O ceu é um  algodão escuro a pingar para nós. Uma chuvieira mansa, mol e macia como  orvalhosa,  molhava-nos docemente cuma temperatura branda e morna. Um vento vadio do sul petava doce no nosso rosto.   O Larouco ficava  altivo  e escondido no escuro duma  massa nevoenta. As nuvens danzavam  por cima da serra, lentas e  misturadas com cores cinzentos. Niste planalto, sempre adoecido,  pelo  frío humido do inverno,ainda disfrutamos desta brandura  outonal.
      Escoa agua, chove miudo na val de Baltar. É domingo de outono e as leiras estão ja prenhes de verde, nasceram os nabos, o trigo, as berças  fazem o seu destaque tão crescidas nas hortas. As maceiras revelam-se brilhantes  por toda parte, cheias de maças para colheitar. Os marmelos afundam o arvore e roçam na húmida terra como derrubados de cansaço. 
       Nós,  o meu pãe e eu saimos como todos os domingos depois do almoço para irmos  o bar do Juan e  ver os  fregueses que alí se juntam. É tradição de aldeia, sairmos, irmos tomar um café, uma vista de olhos os jornais, saudações, acenos de mau, alguma brincadeira. Depois se a coisa se arranxar  passamos o jogo,  a  partida  de cartas de baralha ou um dominó,  ritual obrigatorio numa jornada  de domingo  mais.

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