miércoles, 1 de febrero de 2017

De vez em quando um livro: Reflexões de um espanhol em Portugal.



Dizem alguns portugueses que os espanhois sempre quiseram dominar e invadir a sua terra. 

Dizem alguns espanhóis que há séculos a Espanha abandonou aquela ideia e que , com este abandono, até se esqueceu de olhar para o vizinho. 

Reconhecem os espanhóis que há algo de verdade na afirmação de que muitas vezes pecaram por arrogância no tratamento con os seus vizinhos....
    Estos sentimentos opostos e a conviçção de que o que mais separa os dois povos é o desconhecimento mútuo.
     
           Con estes e otros pequenos apontamentos começa Federico J. González a escrever o  seu livro, para  deixar pegada da sua experiéncia de varios anos como  Director Geral duma multinacional em Portugal. Deslocado anteriormente en Bruxelas e em Suecia, por mor do seu trabalho,  na sua ultima estadía em Portugal quis deixar as suas reflexões sobre a visão dum espanhol de Castilha e centralista de como é Portugal ou melhor os portugueses. Qual é  a su relação no trabalho, nas costumes, na interação social. O mesmo tempo que examina as formas e defectos dos portugueses  faz uma autocrítica,  avezes clara é forte, de como  alguma forma de sentir-se espanhol distorsiona ou não encaixa na relação de  português-espanhol. 


    A visão está mais centrada no mundo da empresa e as relações dum executivo com os seus  parceiros e colaboradores portugueses do que a gente da rua em geral. A visão é mais do mundo da empressa. 
      O autor acho que é muito respeitoso   e o mesmo tempo  crítico com a cultura  e as novas costumes  portuguesas. Alias é crítico e duro tanto com espanhóis como  com portugueses. Especialmente   é mais duro com as formas do espanhol e a sua relação com Portugal. Tenta dar uma visão muito objectiva  contando a sua experiéncia. Fuge de cair no chauvinismo ou na crítica fácil e arrogante duma cultura que  olha para a outra com ar de superioridade.
      Começei a leitura por curiosidade e  um bocado céptico com este clase de  livros que falam a maioria das vezes de estereótipos que repetem o ouvido dum lado e do outro. Estou muito em contra dos estereótipos, será pela minha condição de galego que dende criança andou pelas Espanhas adiante ouvindo asneiras sobre catalães, galegos, vascos, murcianos, etc. menos de castelhanos. Na Espanha sobram estereótipos e falta empatía pra com os outros, é uma cadeira pendente, para uma nação tão diversa. Será por isso que não gosto de que ninguém me diga como são os outros,  niste caso os portugueses, quero ser eu  quem  faça as descobertas que sejam e ter as minhas opiniões que  sempre serão muito respeitosas com a nacionalidade e cultura que seja, porque não há nenhuma melhor que outra. No entanto este livro tem, como é obvio, opiniões pessoais mas tem rigor, respeito e ganhas de aprofundar e pôr uma ferramenta para o entendimento do leitor espanhol e também português. 
      O autor  é de Toledo, é castelhano, e isso da-lhe uma visão das formas e costumes diferente das que descobriría um galego ou um catalão. Espanha e muito diferente no seu conjunto e as diferenças são nítidas. Outro post pendente  será  confrontar as maneiras, as formas e as novidades com as maneiras, formas e costumes dos galegos. Só hoje adiantar  que  se o autor escreve-se  a sua experiência  na Galiza  concordaría  em adjetivar os galegos muito parecido do que el  fez com os portugueses no livro. 

   
      Embora o importante é lêr,  se gostar,  dum resumo de trechos do livro, apanhados como interessantes,  que dão melhor visão do que tentamos  explicar. 


A seguido um resumo de algumas  partes do livro que considerei mais destacadas. 


     Economía. 

    No exame da evolução económica e diferencial entre os dois paises há que sulinhar que, nas ditaduras, no caso português o peso específico da classe média não foi tão relevante, e o poder das elites e famílias poderosas durante a ditadura foi mais evidente. A diferença de classes foi demasiado grande e isso fez que a classe  trabalhadora não visse a ascensão á classe superior como posibilidade. 
      Em Espanha a classe media teve uma influência fundamental no desenvolvimento de uma classe empresarial de pequenas empresas e negócios que forman parte do desenvolvimento económico espanhol. 


       O futuro passa, por um lado, por Portugal perceber e assumir a importância que a Espanha tem como importador fundamental da sua economía; por outro lado, por Espanha perceber que Portugal é actualmente um mercado mais importante para os seus interesses estratégicos e para a sua balança que muitos outros considerados históricos aliados como os latinos. 

    Mas  por razões históricas e barreiras que ainda existem não se verificam a coordenação nem a colaboração que são necessárias. 


     As primeiras são as barreiras de atitude, que bem poderiam ser qualificadas como psicológicas de uma parte para a outra. Assím a atitude de arrogância cultural castelhana, e do lado português o síndrome da nostalgia. 

     A segunda sería o desconhecemento que têm um de o outro. 


      O desconhecemento. 



    Em 1877 escrevia Pi y Margall : os espanhois sabemos quem governa Rússia melhor de quem governa Portugal. Conhecemos mais ou menos todos os homens de estado de Europa mas não os da nação vizinha. Dos poetas lemos Camões e não na sua lingua, dos modernos mal sabemos um único nome. Não estudamos nem muito nem pouco a lingua em que escrevem. 

      Hoje este texto sería válido sem dúvida nehuma. 
       O professor Emilio Diego depois de estudar a literatura entre os dois paises entre  1939 a 1975, conclue que  tudo acaba sendo que os portugueses acham que de Espanha não pode vir nada bom , e de parte espanhola   o autor verfica uma incompreensível atitude de superioridade. 


    No desconhecemento existente o espanhol tende aproximar-se do português como se este  e a sua cultura fossem muito parecidas com a sua e surpreende-se quando vê que não é assim. Lógicamente o portiguês rege mal  perante este tratamento de igual para igual pois considera que o espanhol não reconhece nem assimila as diferenças que existem e que o ignora-las despreza-as. Como consequência pode produzir uma certa desconfiança. É certo que há muitas similitudes e que nas subtilezas está tal vez a diferença, mas estas diferenças subtis são as que provocam a dificuldade e levam a confusão. 

     
       As barreiras psicológicas. 


     A atitude de arrogância cultural castelhana. A actitude e quase tradição castelhana de ignorar, minimizar, quando não ridiculizar , as diferenças culturais.  É necessario  primeiro o reconhecimento  do facto cultural  diferente; a aprendizagem da outra cultura; a aptidão para se relacionar com essa cultura. Na mentalidade média em Espanha no sentido do abordagem de outras culturas e a que imperou sempre : a castelhana ou madrilenha. Além, ou salvo, as mentalidades mais abertas, ( galegos, catalães, estremenhos) na Espanha  a  que impera é a dos castelhanos. O castelhano pensa que debe comportarse diferente diante dum chinês ou um sueco, embora pensa que diante dum português não deve fazer nada pois o português tem uma cultura igual a sua e não necessita um ajustamento, (   engado eu , em todo caso  acha que quem deve fâ-lo é o português)

     A forma de comportarse do espanhol dende os Reis católicos é de arrogância cultural. Por vezes esta atitude produz-se de forma inconsciente e outras e muito consciente,  pois  são décadas de existência sem ter de exercitar este instinto, sem necessidade de reconhecer a diferença cultural. Esta aptidão simplesmente não foi cultivada. 
     O caso paradigmático de arrogância  cultural inconsciente e o do turista espanhol em portugal. 
  O  responsável das relações entre Espanha e Portugal é a falta de humildade de Espanha para o que temos o lado. 


   A síndrome da nostalgia portuguesa. 

    
    Ou  sería também dizer o complexo de inferioridade e da resignação   que se  converte  em indignação.
   Según certos autores o Portugués é possuidor de um carácter estóico, por vezes fatalista, com um certo sentimento de aceitação do destino.
   A nostalgia  e a resignação  levam o Portugués a ter um complexo de inferioridade em geral e em relação   a Espanha em particular. As pessoas em Portugal falam  de muitas coisas em termos de comparação. Diz-se que o Centro Comercial Colombo é o mais grande de Europa, que a Ponte Vasco da Gama é a mais grande de Europa, ninguém fala do seu comprimento ou da sua beleza só se di que é a mais comprida do Continente.
    Quando um fala com um portugués percebe que iste fala  de maneira humilde e resignada embora o problema  surge quando se trata das relações com espanhois que então está atitude resignada torna-se em indignação e suspeita.
     O mecanismo de suspeita de abuso por parte de Espanhois é muito habitual. Se a isso engadimos a atitude prepotente   dos espanhois e o acrescentamos a isso a obsessão veiculada pelos meios de comunicação de que existe uma defessa da invasão espanhola  pode suceder  que a resignação e o complexo de inferioridad se transformem em rechaço. Este rechaço não  asume um carácter violento,não,  revela-se como a mais absoluta das ignorâncias em relação ao que é alvo de suspeita. ( Rechaço o español = ignorancia de tudo o  espanhol. )


O conceito  de abuso do español nas novas gerações mudou  mas há  gerações onde  este conceto fica muito enraizado.( também mudou, acho eu, a visão das novas gerações espanholas  a respeito de Portugal)

   O aumento da sensibilidade cultural castelhana no reconhecimento  do feito diferencial e cultural portugués ajudaria muito  para  influir no desaparecimento completo do potencial indignação.


   Há uma assimetria no tamaño dos  dados económicos.

Na península ibérica no conjunto das autonomías espanholas Portugal  ocupa o décimo  primeiro lugar. Em termos de PIB  per cápita Portugal só está diante  de Extremadura e Andaluzia. A comunidade de Madrid mostra números de o dobro de Portugal no seu conjunto. Catalunha tem  um PIB total superior a Portugal  a pesar de ter uma população inferior. Esto requer uma mudança de pensamento de Portugal, o pensamento de resignação não serve para nada. O debate debería ser não como manter o poder de decisão das empresas em Portugal senão como converter as suas empresas em empresas activas no territorio español e começar a beneficiar-se do tamaño do mercado. Portugal tem tudo por ganhar com base a competitividade tanto no mercado espanhol como no europeu. Portugal não é o imperio que foi, mas há que aproveitar um povo que um dia foi capaz de saltar para o mundo e conquistá-lo, agora debe saltar sem complexos para Espanha e para Europa. Estes exemplos existem já e por recordarmos temos  a relações como Holanda-Alemnha; Irlanda-Inglaterra, Finlandia-Suecia; Bélgica-Francia; Corea-Japão. ( onde os países mais pequenos aproveitaram o mercado do grande para crecerem )


         A HIERARQUIA  E O FORMALISMO. 


    Em todas as variavéis, a objectividade dos dados apoiaría que a diferença é certa e que, de certa forma, Portugal tolera a desigualdade e a hierarquia em maior medida do que os Espanhóis. Esta tolerância em Portugal  é mais FORMAL  do que REAL. Ainda que exista uma maior formalidade nas relações que pode fazer pensar que se aceitam de melhor grado as diferenças hierárquicas, não é verdade. Para qualquer visitante é curiosa a distinção de títulos tão frequentemente utilizada entre os Portugueses. Ser doutor, engenheiro ou um simples técnico médio não  tem a mínima importância em Espanha.  Isto em Portugal é mais formal do que parece,  não tem um conteúdo real de respeito. 


      O problema cambia quando falamos da relação entre os dois países. Os dois povos aceitam a distribuição desigual e a hierarquia  do poder dentro dos seus países mais ou menos da mesma forma. Mas não aceitam qualquer hierarquia proveniente do outro país.  É o  caso do espanhol que chega  a Lisboa  com o sentimento de que isto-é como-uma província-espanhola ou no fundo o pensamento de que istes estão mais atrassados e deveriam prestar mais respeito por mim que venho de um mundo mais desenvolvido. O português aceita o espanhol educadamente, mas, se o comportamento é de muita superioridade, possivelmente sairá  incomodado. Não  existe qualquer motivo de hierarquia pelo qual se deva esse respeito formal a priori. 

     HA DIFERENÇAS ÓBVIAS ENTRE AS DUAS CULTURAS NA VALORIZAÇãO  DA FORMALIDADE, NO RESPEITO DAS HIERARQUIIAS E NAS HUMILDADES QUE, SE FOREM IGNORADAS, SEM DÚVIDA, CONDUZEM  AO EQUÍVOCO.  
      Em  Espanha é-se menos respeitoso e crescentemente informal. Como normalmente o Espanhol tende a pensar que o Português é muito igual, não tem em conta muitas das formalidades, e isto pode chegar a incomodar o Português. É algo a ter muito em conta. Se não se respeitar a formalidade portuguesa, o Espanhol tem de ser consciente de que se situa desde o inicio num território de falta de respeito às tradições culturais. 


      Quanto a diferença de humildade, por vezes, o Português vê no Espanhol um comportamento formalmente ARROGANTE,  um comportamento de DAR ORDEN, nada humilde. Por vezes, interiormente, esta atitude também o leva à indignação. No entanto, devido ao controle das emoções próprias do Português, esta idignação não se evidencia de forma violenta, mas, na maioria dos casos, leva a ignorar simplesmente quem se comporta assim e o que este pede. POR VEZES O ESPANHOL TAMBÉM SE DEIXA enganar  pela aparente humildade do português e crê que tem acceso a tudo, e porque este diz que sim, e depois o Espanhol  fica supreendido porque  não fez nada. Sendo verdade que esta atitude de ignorar é uma característica que ocorre frequentemetne no País, há que reconhecer que a ARROGÂNCIA OU A FALTA DE HUMILDADE CASTELHANA CONTRIBUI PARA QUE SURJA COM MAIOR FREQUENCIA. 



     QUANDO  ÀS DIFERENÇAS NO  GRAU DE HUMILDADE, DEVO DEIXAR CLARO UM MATIZ IMPORTANTE: AINDA QUE O PORTUGUÊS EM TERMOS GERAIS É MAIS HUMILDE QUE O ESPANHOL MEDIO.... HA QUE DEIXAR CLARO QUE , NORMALMENTE, O PORTUGUÊS  DE NIVEL SOCIAL  MAIS ELEVADO TENDE A SER MAIS ARROGANTE E IMPOSITVO EM RELAÇãO  À SUA POSIÇãO  HIERÁRQUICA E NA SUA RELAÇãO COM OS OUTROS DO QUE O SEU HOMÓLOGO ESPANHOL. 




INDIVIDUALISMO-COLECTIVISMO 



  O Português é mais consciente dos diferente grupos  que constituem a sociedade: a pertença a uma ou outra família, ter estudado numa ou noutra universidade, ir a um tipo ou outro de sítios tem maior importância do que no caso espanhol. Por isso, talvez seja mais sensível às diferenças entre esses grupos. 

      Esta maior consciência dos grupos da uma maior formalidade que deve ser respetida. Um espanhol precisa ter um treino no reconhecimento de diferenças culturais. Esta diferença  é significativamente maior. 
      Pelo contrário, os espanhois estão mais na sua, são mais independentes e mais agressivos no tratamento com os outros. Se a isso engadimos  que o se esforço por perceber as difrencças culturais não constuma ser muito grande, o seu treino é escasso, e a sua sensibilidade, limitada.
      O português quando um espanhol se comporta de forma agressiva, ou pouco tolerante, pouco respeitoso com as diferenças ou de qualquer outra forma que nã se considere adequada, o Português tende a generalizar este comportamento como uma "ofensa do colectivo espanhol contra o colectivo português". 


NO TRABALHO. 



     Em Portugal trabalha-se com maior calma. Deixam-se mais coiss para o último momento, ou mudam-se as coisas quase no fianl, ou até um pouco depois. Dá-se prioridade à qualidade de vida em muitas  ocasiões, mesmo correndo o risoc de perder o trabalho. 



A INCERTEZA E A AMBIGUEDADE




 Segundo os estudos de HOFTEDE, que estamos a seguir nesta exposição, entende-se como tal  o grau em que uma cultura tenta evitar a incerteza e a ambiguidade e , por outro lado, prefere relacionar-se com membros e situações que conhece do que fazê-lo com estranhos. Podemoz dizer que, quanto maior é a pontuação, maior é o desejo de evitar a incerteza, e tanto maior a incomodidade com que uma sociedade ou cultura gere a incerteza. Podería também dizer-se que esta dimensão mede até que ponto os membros de uma cultura se sentem ameaçados pela incerteza ou pelo desconhecido. Os resultados do estudo de Hoftedee mostram os dois países acima da média e em particular Portugal no número dois da lista e Espanha na décima posição. Ser um país com uma pontuação alta em fuga à incerteza pressupõe que as pessoas tendem a ter um nível elevado de actividade aparente e que se  vive com um elevado nível de ansiedade. Costuma existir um sentido de urgência falso ( muita pressa para não fazer nada, há muito que fazer mas não se termina). Ao mesmo tempo estas sociedades tendem a ter muitas normas, tentando e exigindo do governo que tudo esteja regulado, mesmo que não se cumpra. OS DOIS PAÍSES  TENDEM A SENTIR-SE MAIS À VONTADE EM SITUAÇõES DE POUCA INCERTEZA, E ISTO É LÓGICO SE TIVERMOS NOVAMENTE EM CONTA A TRADIÇãO HISTÓRICA, CULTURAL E RELIGIOSA DE AMBOS. 

      Exemplos da fugida da incerteza podem ser a mentalidade dos descobridores e de todos aqueles que emigraram nos dois países. Muitos fizeram-no para fugirem da incerteza que existe nos seus países. 
       Hoftede menciona como exemplo  o da condução. O autor diz que em países com maior aversão à incerteza se tende a conduzir de forma mais desvairada e arriscada. É uma forma de escapar à ansiedade  que produz a incerteza da vida normal e também uma ajuda para se sentir seguro. Porque, no fundo, é ele   que  conduz, e isso  tranquiliza-o. 


 O ESTILO DE VIDA DO PAÍS. 


    Portugal tem uma preocupação em relação ao modo como é compreendido o seu modo de vida como sociedade. E quando manifesta a sua crítica ou falta  de orgulho sobre o estilo de vida, refere-se mais o modo colectivo do que ao seu próprio. Isto é, podem  estar orgulhosos da sua vida individual, mas não se identifica com essa sociedade. De facto, não é  uma excepção o português que fala dos portugueses como terceira pessoa do plural, como alheios a si próprio. 
       Dizem os  que sabem destas coisas que a emigração  teve influência neste sentimento dos portugueses. 
        Este sentimento de falta de satisfação com as suas soluções está sem dúvida associado com duas características e que são a HUMILDADE e a capacidade de  AUTOCRITICA do povo povo português. Creio que ambas são quase únicas en Europa. 


A PACIÊNCIA. 


    O português é paciente muito paciente. Parece que o tempo tem outra cadência, outro ritmo e que não conta como noutros lugares da Europa. 
     Esta dimensão do tempo  é importante na criação da imagem mútua portugueses-espanhois. 
     O Espanhol tende a pensar que tudo é lento em Portugal e que a calma preside ao dia a dia. Por  sua vez, o Português tende a pensar que o Espanhol é agressivo, egoísta e que o resto do mundo não lhe importa nada. É, sem duvida, um factor de conflicto. 


A CAPACIDADE DE SOLUCIONAR TUDO À ÚLTIMA HORA OU MAGIA DE DESENRASCAR-SE


    Os portugueses têm  como ninguém uma facilidade para solucionar os problemas e os assuntos  à última hora, ou talvez um pouco despois. Esa capacidade, aptidão ou defeito é generalizada e a razão perante ela pode ir desde a maior das admirações à mais aguda indignação. 
      Este atraso e execução final à pressa é  encarado com calma e tranquilidade. Não há stress.   É a capacidade para DESENRASCARSE do povo português. 
     Existe a sensação para um espanhol  que esta atitutde e um deixa-andar irresponsável e uma paciência injustificada que da a imagem de que as pessoas não se preocupam das coisas, ainda que realmente sim se preocupam, porque senão porqué o esforço inhumano a última hora. 
      Quando um português se propõe uma coisa é capaz de conseguir solucioná-la num tempo recorde. 

O CONTROLE DAS EMOÇõES

      O Português é masi resignado e , de certa forma, tende a aceitar con estoicismo e humildade as diferentes situações da vida, sejam estas boas ou más. Isto faz com que tenda a ter uma atitude e forma de ser em que as emoções são controladas. 
      Esta contenção  de emoções e a importância que dá  ao grupo fazem com que o português seja extremamente educado nas maneiras em qualquer manifestação pública. Nisto destacam-se as diferenças com os castelhanos que fazem gala de um individualismo fora do comum em quase qualquer manifestação  e, tanto na vida corrente como na dos negócios, é frequente a interrupção  contínua, a explosão e a falta de controle sobre as emoções. 

CRÍTICOS E CÉPTICOS. 

    Para um espanhol médio, acostumado à emocionalidade e a falta de crítica, por vezes o português pode parecer tanto crítico como céptico. A minha experiência diz-me que são críticos no pensamento e cépticos na forma de comunicar.   Esta mistura gera muita confusão entre as pessoas que trabalham com eles, mas con tempo aprende-se a diferenciar as duas atitudes.  O que sucede é que devido aos seus hábitos de  comunicação, esta atitude crítica e de queixa verbaliza-se num tom céptico, que torna as coisas mais difíceis, quando não irritantes. Esta relação céptica não muda até que o  chefe consegue conquistá-los, a apartir de ese momento muda e  tudo é entrega. 

A CAPACIDADE DE ADAPTAÇãO OU MAIOR ABERTURA MENTAL. 
     Notável  capacidade de adaptação ao meio envolvente em que geralmente opera e que se destaca particularmente quando opera com espanhóis.  O português adapta-se a cultura   e as maneiras do outro. 
      O português  tende a ser mais humilde que outras nacionalidades. É consciente de que vem de um país  mais pequeno. Uma vez unidos, os dois factores dota-no de uma determinação a mostrar que é capaz de fazer o trabalho com excelência. Isto pode ser uma vantagem competitiva para os portuguesês no mundo dos negócios internacionais que deve ser aproveitada. 
    Assim  como resumo: maior humildade, mais controle das emoções, tendência para evitar tomadas de posição claras sobre os temas que sejam polarizadores. Crítica do que  ouvir. Mais conciliador. Muito eficiente. 
           
     O castelhano não é conciliador,  tende a pensar que alterar uma posição inicial é, de certa forma,  um sintoma de debilidade. Mas o português surpreende-o com o seu tom humilde e com o seu tom  aberto e conciliador. E consegue alterar muitas vezes a postura tomada inicialmente. 

A TOMA DE DECISõES E A REUNIõES DE TRABALHO.

   O Espanhol prefere tomar decisões nos corredores, em encontros a dois, durante uma refeição  ou simplesmente no elevador. O Português prefere as reuniões e que os acordos sejan concluíndo de uma maneira mais formal. 
      As reuniões em Espanha são  quase sempre improdutivas, ocupam muito tempo , ninguém cumpre o acordado e raramente terminam com um plano concreto de acção 

      A ideia de um espanhol numa reunião  e garantir que ninguém mude  o que ele quer fazer. Se não podes convencê-los, confunde-os, mas que numca mudem o teu plano. 
      O português passa muito tempo nas reuniões, gosta delas. Gosta do debate é respeitoso nos modos e com os outros participantes. Pelo lado negativo o problema dos portugueses é que as reuniões se  eternizem, que sejam pouco viradas para tomar uma resolução e há uma atendência natural para não tomar  posições claras. 

A ORGANIZAÇãO DO USO DO TEMPO

      A cultura portuguesa tem um conceito do tempo mais dilatado que outras culturas. Também o espanhol tem essa tendência mas em menor grao que o português. 

     Isto conduz que tanto espanhois como portugueses sejam  um desastre na pontualiade. Sendo os portugueses um bocado piores que os espanhóis. 
     No  trabalho , como já foi dito, pode dar a sensação de que um português atrassa propossitadamente o que tem de fazer. O espectador estanxeiro pode ter a sensação  de que isto ocorre mas não é assim e para evitarmos a colisão o conselho para um espanhol  é perguntar directamente e assim evitar mal-entendidos necessários. 

      O Português  é mais eficaz na solução dos problemas, a costume de "desenrascar-se" dos portugueses ( levar a resolução até o fim do plazo),faz que o português tenha uma capacidade superior de solucionar os problemas. 

     Como já dissemos o Português  tem uma capacidade superior de solucionar os problemas e os assuntos  à última hora, ou mesmo um pouco depois. Além disso, parace que são tão conscientes desta capacidade que muitas coisas são receidas com calma e tranquilidade. 
      Esta capacidade de "desenrascar-se", é conseuência de uma concepção do tempo diferente, mas que, de cierto modo, é contraditória. Se as coisas se fazem, para quê esse esforço sobre-humano para acabá-las a tempo?. As pessoas preocupam com que as coisas sejam feitas, mas, aparentemente, muitas vezes dá a sensação de que não é assim. Ante esta actitude um espanhol pode cair no desespero pois vê nesta atitude uma negligência irresponsável e uma paciência injustificada. 
      O português confia em que chega a tempo, como de facto sempre chegou e não entende a urgência do espanhol. 







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